Quanta profundidade em um filme que parece infantil.
A personagem, uma coelha, baixinha, aparentemente frágil pelo estereótipo social, queria ser policial.
A raposa, aparentemente sacana pelo estereótipo, queria ser um parceiro fiel.
O elefante, com sua aparente memória, só queria deixar ir.
O leão, aparentemente feroz, queria provar que podia ser da paz.
Para quebrar o estereótipo, socialmente construído, cada personagem precisou enfrentar uma jornada pessoal e, em muitos aspectos, compartilhada. Tentar, falhar, e recomeçar. Muitos desconfortos fazem parte desta caminhada.
A Zootopia nos convida a ser a mudança que queremos ver, para isso mostra como é necessário permanecermos profundamente conectados com a nossa intencionalidade.
Nessa caminhada observe... Por trás dos estereótipos os personagens tem muitas em coisas em comum.
Cada personagem queria ter um espaço para contribuir com a construção dessa cidade utópica, por meio do melhor de cada um - Zootopia, um lugar onde você pode simplesmente ser.
O filme mostra, na minha leitura, como visões muito rígidas sobre nós mesmos e sobre os outros contribui para a formação de barreiras na construção da utópica harmonia. Como cultivar harmonia e paz quando nos apegamos a um rótulo que distancia o "eu" e o "outro"? O filme mostra essa contradição. Com abertura essa harmonia começa a se tornar possível... Mas isso é na Zootopia.
E na vida real, como cultivamos a mudança que gostaríamos de ver no mundo?
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